Quarto

Numa mistura de ludicidade e psicodelia, meu quarto se tornou um abrigo, um lugar cheio de tudo, de paz, de confusão.

Em paredes de vida, de luz, de sentimentos.
Um resguarde de todo o caos lá fora.
Onde cada um expressa da sua maneira, de acordo com sua dor, com sua forma mais completa.

Onde o universo se faz poesia, e a gritaria se faz silêncio, e o silêncio se faz gritante, pois é em silêncio que as coisas ficam evidentes.

As coisas aqui acontecem e nada tem a ver com o de fora, mas com processos dentro de nós.
Um misto de desespero, angústia, solidão, cor, poesia, mistério, alegria e esperança.

Num tumulto de viver, nos perdemos em labirintos.
Labirintos que se prendem em nossas visceras e sufocam o choro calado, no grito surdo, no sangue amargo.

Acolhimento em sua essência.
As paredes revelam a alma, a humanidade dentro de cada um que se passa entre esse espaço.
Onde o choro se faz cachoeira dentro de si e o riso solto se faz ventania a revirar o peito.

Esse lugar cabe dor na mesma intensidade que cabe amor.
Esse lugar cabe o mundo todo.


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