É só um desabafo...
Mas e quando
quiser desabafar? E quando ninguém souber escutar? Nem entender?
Vestir o
mantra do só-eu-sei-o-que-sinto e sumir?
Ninguém está
preparado para ser invadido por pensamentos infortúnios e impróprios. Quer dizer,
ninguém está preparado para ficar cheio sem poder esvaziar.
Vivemos em
um mundo caótico. O homem tem estado só, na busca por sua identidade tem se
privado do outro, da interação, tudo com o que ele consegue se deparar é com a
própria imagem, que ainda lhe é desconhecida, refletida no espelho da sua sombra,
o único mecanismo que lhe permite ter identidade, ao mesmo tempo em que sempre
relutam por renunciar seus medos, lhe impossibilita de enxergar para além de si
mesmo.
As pessoas estão
cada vez mais idiotizadas com o ter, se esquecem do principal; a essência. Ver
além do muro é mais difícil do que ficar exposto no sol esperando uma escada. Vivem
o tudo para o nada. A impressão é essa. Só estão preocupadas em afundar-se em
buracos, cobrindo os mesmos com outros maiores.
Maquiar;
formatar; esconder; manuais.
Tenho andado
calado. Pensando muito, pensando de tudo e mais um pouco. Talvez a necessidade
de achar um sentido na vida, fique por menos. Os sentidos são uma prisão.
As pessoas são,
não se importam, chegam e bagunçam ainda mais. Por trás das cortinas desaguam o
que ninguém mostra. Escondemos por opção.
Na verdade
somos constelações apagadas que vigiam entre as frestas o brilho dos eternos e
infinitos que somem.
Pessoas vão
embora.
Outras
aceitam a ida, como se o orgulho blindasse a vontade de pedir para ficar.
Venho andado
pedindo um ombro amigo, mesmo que eu esteja gritando calado. Mesmo que por fora
mantenho-me na combativa; por dentro: ‘me ajude’. Quero um ouvido para me
escutar, sabe? Apenas me ouvir o que vem engasgado na minha garganta e cabeça.
Sem disputa de sofrimentos. Sem guerras de sermões. Pois guerrilha mais
sangrenta é essa que circula dentro de nós.
Eu sei que existem
pessoas assim, mas são raras.
Talvez eu dramatize
muito, demais. Mas mesmo ciente que drama maior é continuar assim; abafado.
Desde sempre,
o homem, têm a necessidade de ser escutado para esvaziar toda essa represa quem
vem prometendo estourar. Para na mais besta tentativa de esvaziar um tanque
submerso, submergimos tudo o que contamina.
Minha mente
anda alheia.
Com tantos
medos colecionáveis, vou vivendo de breves recaídas até conseguir ficar em pé
sozinho. Fraco? Imaturo? Louco? Inseguro? Eu por inteiro. Queria poder ser
melhor, mas, sabe como é, a minha solidão me toma muito tempo. Mas, como sempre,
poucos me entenderiam, por isso escrevo, pois, como conversar com o teto do
nosso quarto antes de dormir, escrever é uma linda e eterna solidão. .
E seu eu tiver sendo exagerado, relaxa, é só um desabafo...
E seu eu tiver sendo exagerado, relaxa, é só um desabafo...
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