Nossa forma de viver

E é dessa forma que a gente vive, que a gente sobrevive. Nos erros encontramos possibilidades, nas coisas que dão errado encontramos jeitos estranhos de aprender. É doloroso, é difícil, também ninguém falou que seria tão fácil assim. É aquela coisa de permanecer naquele lugar a beira de uma travessia, ou você olha tudo passar e morre atropelado ou escolhe seguir no ritmo. E mudamos, consequentemente nos aniquilamos, não de forma física, lentamente desaparecemos da vida, da nossa vida, da vida dos outros. É essa famosa condição entre o ser e o nada, a aceitação de si e ambivalência que é essa nossa vida. Às vezes o leão sai da jaula e se arrepende disso.

Guardamos dentro da gente nossos pecados, nossos martírios e sacramentos. Guardamos um pássaro azul nos  nossos corações. Nos perderemos entre os monstros que criamos e que alimentam nossos medos. Tudo no nosso tempo. No tempo. Mas também sorrimos de beira, encontramos a graça em momentos e episódios, nos agarramos a esperança como uma criança espera ao relento o colo, a única coisa que nos mantém vivos - esperar nas coisas que há por vir, e caso não venha amanhã, esperamos. Nos preenchemos e fugimos do vazio, mas é na solidão que nos encontramos, que nos conhecemos depois de tanto nos perder nessas ruas sem fim.

E temos que seguir e aceitar que as pessoas também sigam suas vidas, na verdade a gente quer que isso aconteça, mas por vezes nos assustamos com toda essa pressa que o mundo tem para fazer as coisas acontecerem e mudarem tanto.
E sorrimos, sonhamos, lutamos, sofremos, choramos e nos torturamos, para apenas poder viver, sem jaulas, sem nossos julgamentos, apenas por gostar de liberdade e deixar ser livre. Por isso vivemos.





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