Como estes intantes
Ouço
somente o barulho da cidade alheia, nada mais. Silêncio total. Ao ouvir as
pessoas, o fim de tarde, percebo que o tempo inevitavelmente passa.
Mesmo
que eu pare muita coisa que eu comecei algum dia numa paixão que nunca mais
acabasse, o tempo vai seguir seu curso, arrastando as horas.
Acendo
um pequeno fogo. Conforme a fumaça se esvai, os segundos passam. Percebo o quão
fútil isso tudo é: o relógio, minha pequena fumaça, meus dedos, meus lábios.
Mas às vezes a gente só acorda e abri a janela e admira a vista do
quanto a vida é dolorosa.
Logo começo a pensar e tudo perde a graça, o sentido... É só mais um dia
e que cachoeiras caem aqui dentro, mas um dia que a tempestade agita minhas
vísceras e turbilhões agitam meu peito, mais um dia sem, sem o bom dia. Mais um
dia que me serve para pensar e ficar triste do por que a vida ser tão triste,
difícil, dolorosa.
E
só basta uma faísca, num pequeno momento, num instante.
Das
coisas e formas que ocorrem, de tudo e de tanto, de pouco e de menos. Como numa
energia que um fim de tarde traz em seu natural mesclado de cinza, azul e
laranja de intensidades. Que de repente tudo que é cinza fica tomada destas
cores.
E
é nesse instante que tudo fica novamente lindo, e que percebemos o quanto esses
momentos e instantes são chances e oportunidades por estarmos vivendo e
sobrevivendo toda hora. E nesse instante toda a dor começa a valer a pena, de
nos colocar em perspectiva.
E
toda essa dor, tempestade, se torna simples e leve.
Como estes instantes.
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