Caminho estreito

Sempre pensei que levar as coisas assim, desse jeito, seria fácil. Mas a verdade é que não é. O cominho é estreito, aperta e agride por dentro. Por mais que eu queira voar, tomar espaço e ser livre, me recuo e me sufoco, sim, por escolha e medo de como seriam as coisas se eu não tivesse essa repressão de mostrar o meu lado b, quer dizer, a verdadeira pessoa que se esconde nesse espelho. Ou a particularidade ou a cara pro abate. Um caminho em que me meti, e o pior de todos, sem volta. Um beco estreito e uma vida toda programada para não deixar ser amostra, e para não se descuidar andar fora da linha, permaneço assim até me der coragem de voar. E tudo isso é um bibelô de toda forma. A forma que escolhi levar a vida.

Mas eu que decidi levar as coisas assim. Ninguém falou que seria fácil, eu também não pedi nada disso tudo. Mas eu ainda estou aqui, tendo que viver e seguir. E nem posso estancar no meio do caminho, numa tentativa de não fracassar, me escondo e uso as minhas armas que tenho no momento. No jogo que é viver, muita coisa vale, até assassinar a própria essência. A não aceitação do eu, me levou ao abate e consequentemente envolvi pessoas que nunca quis fazer parte disso também, e assim me culpo. Mereço o isolamento e a apatia se vier. Escondido e encasulado no meu próprio mundo a espera de uma saída de emergência. Às vezes quero parar disso tudo, dessa trama, personagens e ligar o "F", mas as coisas seguem oscilando estranhamente e não param para me esperar ter uma perspectiva melhor das coisas.

Na mais plena fuga da realidade, me afundo numa insanidade sem fim. Na mais pura vontade de nunca parar, mendigo e me humilho ao futuro. Me entrego no jogo da vida e em todos esses anzóis que me iscam à realidade.

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