Um diário de FÉRIAS.


Férias. Calmaria de um mar tranquilo, o frescor de uma brisa suave, o lago de águas doces para lavar o salgado do mar, longe um pouco do mundo real, um bom livro pra ler e pessoas queridas a vista... Família, e boas gargalhadas com a especialidade dessas pessoas. Tudo o que eu precisava para acabar esse ano meio que turbulento e acalmar a vida!

Na beliche eu observava a noite seguindo lá fora, começo de madrugada. O clarão da lua cheia iluminava o mundo lá fora, o brilho entrava pela janela aberta. O mar brilhava com a luz lá embaixo, a brisa arrepiava a minha face.
E a vontade de se misturar com aquela noite misteriosa lá fora era grande. Queria sair, voar nessa noite negra que arrepia a alma. Deveria sentir medo do que me aguardava lá fora, mas não, o mistério me aguçava cada vez mais.
Começo de madrugada, tudo calmo e silencioso. Os cachorros não dormiam e teimavam em dar o barulho nessa noite dos que já dormem.
A noite recheada de sono, de sonhos e de pessoas que adormecem.
Começo de segunda-feira, mais uma semana que começa.
Eu sigo aqui posto na janela olhando a brisa esbarrando nos coqueiros e levando meus estresses pra longe de mim.
Noite serena. Madrugada de luz.

Fugindo um pouco do mundo que corre lá fora e que não me espera, fugir um pouco do mundo que volta e meia me esmaga, se igualar ao perto de tudo que estar longe, se perder entre dos que estão perto da memória dos que estão longe. Beber dessa realidade menos morta, mergulhar nesse mar de águas verdes e confundir a realidade do que menos importa. Sorrir em meio ao sol que deixa a vida morna. Misturando entre a calmaria do céu e o mar com os pensamentos do prazer de viver. Desesperado para viver as coisas que ainda estão por vir. Curtindo a calmaria dessas férias.
Olhar o farol que esbarra no horizonte logo mais, ver e por do sol e cantar.

E o vento sacode a passagem do tempo sussurando, lento, que navegar sempre é preciso... No horizonte o momento azul, alterna com as nuvens e os sonhos, o doce balanço do inesquecível.
É hora de ir embora do sossego e da calmaria desse paraíso anônimo que é Ponta de pedras. É hora de chegar no "mundo real" e encarar os problemas de verdade, os mesmos que me fizeram fugir para curtir o lazer, são os mesmos quefazem voltar, que ainda me esperam. A vida que ainda corre com pressa. Dar lugar aos burocráticos e deixar o lazer um pouco de lado.
Esses 15 dias longe de casa, amigos e meus tormentosos problemas, eu ouvi o mar pensar longe, no horizonte do lar, sentir aquele vento que refresca a brisa. Correr e ser bagunça como as ondas que deságuam na areia uma atrás de outra no mesmo som, num movimento simétrico tom a tom. Despertar um amor de longe. Caminhar sem destino certo. Um desapego da época de menino, sermos felizes numa casa na praia com a família. 
Um poema costurando esse infinito de águas azuis esverdeadas.
Mas agora é hora de arrumar a mala e colocar todas lembranças dentro e ser eternos consigo. Lembrar dos sorrisos em futuro saudoso e querer voltar sempre que preciso.
Mas agora a agitação da cidade me convida a sentir saudade e se misturar em músicas altas, festas e abraços saudosos e intensos.
É hora de admitir saudade e chorar baixinho  o choro de quem tem que ir.
Agora, enquanto escrevo, vendo a estrada me levando para meu lar, o meu doce lar.
Voltando e trazendo na mala bastante saudade...

Comentários

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  2. Mesmo que eu nao estivesse lá lendo essas linhas viajei, senti, aproveitei e mergulhei melhor ou igual se eu estivesse là! Aqui passou paz'

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  3. Mesmo que eu nao estivesse lá lendo essas linhas viajei, senti, aproveitei e mergulhei melhor ou igual se eu estivesse là! Aqui passou paz'

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  4. Mesmo estando lá lendo essas linhas viajei, senti, aproveitei e mergulhei melhor do que estava lá! Senti paz!

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