Nesse silêncio todo eu me calo.
Como é difícil
encarar esse silencio que me esmaga, que esmaga minhas verdades ocultas. E de
encarar tudo me atordoa. Nessa revolta toda eu me explodo.
Às vezes,
por um minuto o tempo para, e de relance pela aquela janela que escorre as gotas de
minha razão nesse dia frio, de gotas tórridas que invadem minha pessoa, e do
outro lado dessa janela eu percebo que nada adiantou.
Nada adiantou
todo o sacrifício jorrado se esgotando ao nada, vagando ao relento.
Às vezes o
passado na supressa bate na sua porta e lhe convida a sair com ele por aí
descobrindo que seus pesadelos secretos estavam escondidos, onde você largou
tempos atrás sem ao menos se importar. Dia desses eu encarei um passado mal
resolvido que do nada apareceu, sem souber como, o que antes eu havia deixado
pela minha futilidade, hoje compreendo bem o que se tornou, como os ossos
adorados em minhas atitudes.
Talvez algo
faça sentido, eu luto para que o que eu digo faça algum sentido no poço dessa
minha brandura.
Hoje o céu
estar nublado, aquelas nuvens cinzas que lhe remeta a esse contexto, observei
aquelas nuvens se dissipando no horizonte e com elas se foi a minha a minha
vontade de acordar.
Talvez alguém
que estuda muito sobre interpretações possa saber o que eu quero falar. Até aí
me permaneço calado, esse silêncio que me atordoa, que me venda à realidade
menos morta. Atordoado eu permaneço-me atento, continuo aqui na arquibancada
usando do meu ponto de visão um artificio pra poder atacar no momento certo.
É difícil me
manter assim recatado, encobertado eu me dano na madrugada, na madrugada eu
jorro as palavras, única maneira de não me manter calado.
É uma
ditadura interna, externamente gritante.
Ter que
beber essa bebida estragada, tragar essa a dor consumada, engolir a língua.
Tanta mentira,
tanta manipulação da realidade, assassinos das virtudes.
Tanta força
intrusa.
Esses pileques
de palavras mortas me enjoam, enjoado permaneço calado.
Quem diria
tal homérico no mundo.
Mesmo calado
e pobre das frases feitas, desse consumado improvido da bondade.
Mesmo calado
me resta pensar. Pensamentos alheios me ensinam e tiram a minha venda dessa
realidade impropria. Seja inocente ou pecador. Quero inventar o meu próprio pecado,
beber de meus próprios defeitos. Arrepender-me a chorar do que intendo, do que
consumar um robô dentro de mim.
Talvez o
mundo não caiba nessa grandeza, nessa grandeza me torno pequeno. Já não caibo
mais na casa.
Quero me
embriagar até que me esqueçam, dos bêbados juizados no centro da cidade,
tornando impuro toda essa maldade.
Quero cheirar
da tal fumaça, lá fora gritam ser poluída. Drogar-me nessa poesia morta.
De que
adianta terem boa vontade? Se nas vontades aproveitam-se de tudo? E na bondade
um funeral injusto.
Das minhas
rimas e do corvo que diz “nunca mais”. Das metáforas e do silêncio assim
pesado.
Tanta gente sem
fé no novo mundo, de seus gritos suprimidos, presos nesse casulo.
Estou calado,
nessa calada da madrugada eu me expresso, nessa escrita viva de um silêncio que
não é mais calado. Dessas vendas que eu tirei hoje eu grito, e brado a cara pra
bater.
Parece não
haver mais motivos de fazer isso.
Nessa confusão
permaneço calado...
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