Imperfeição...

Até em que pontos chegamos para obter nossa perfeição corretamente perfeita?
Somos a perfeição imperfeita!
Somos a imperfeição.
A perfeição de uma primavera sem flores, de um verão sem sol, de um inverno sem chuva, de um outono sem frutos e folhas secas, de uma estação sem sentido!
Sempre buscamos sentidos a o que não se sente, não mais.
Somos a melodia de uma canção.
A busca de pretensiosa da estação.
A imperfeição que por si se busca, faz parte de mim, o que ando procurando ultimamente é perfeitamente simples, é apenas saber aproveitar mais as pessoas, de experimentar sabores, descobrir uma maneira de viver diferente, pois o tempo passa, e eu não quero me arrepender e nem lamentar o que poderia ter feito HOJE.
Sou a perfeição do tempo que passa sem ao menos passar, do tempo que morre!
NADA é perfeitamente perfeito! – Mas a imperfeição nos incomoda.
A imperfeição é o tempo que não se explica, a medida que não se mede, a brisa que venda, o calor do frio.
Somos o defeito de uma virtude.
Um sonho interrompido.
Se não achamos o mundo perfeito é porque a imperfeição está em nós!
A imperfeição mora em mim. Em alguém que lutou contra o mundo e agora está cansado de lutar...
Em alguém que cansou de procurar a perfeição, pois acabou percebendo que dentro dele morava a imperfeição.
Aprendi que apesar dos momentos certos, das oportunidades que prometiam pela primeira vez uma mudança total de vida, das promessas, que antes me atraíam, devemos ser tolerantes ao sentimento, ao que sentimos. Criar esperanças demais em algo que parece ser totalmente perfeito, torna a ilusão.
Porque para construir a perfeição, primeiro enxergue a imperfeição, e a partir daí permite a construir.
Não sei se estava errado nesse tempo, mas sei que eu erro todos os dias, sou imperfeito. Não gostava de ser perfeito, pois perdia toda aquela magia de viver! Só queria que olhassem para mim com os olhos com que eu me pintava, olhos que enxergava apenas mais um fantoche, uma estátua, um boneco que por dentro escondia toda sua imperfeição.
Somos a perfeição de um ser combrando a todo custo a perfeição dos outros, e então as aparências dominam um mundinho medíocre.
E nos tornamos nada mais do que reflexo da nossa própria imperfeição.
As aparências nunca tiveram tanta força, nunca foram tão soberanas.
Vale o que parece ser, vale a estátua que merece ver, não o que de fato é. Vale o que escolhemos mostrar, não o que somos. Vale a maquiagem, a capa, não o conteúdo, a máscara, a superfície. Vale a foto do perfil.
Não quero ser motivo do que pode ser fatal, o que parece ser perfeito pode ser viceral.
Se eu soubesse que nossas imperfeições juntas nos tornavam perfeitos.
Tudo é estreito
A perfeição se vive tentando preencher com deuses, com terapia, cartão de crédito, efeitos de um rosto inventado, academia, amores cegos, amigos soberbos, com vidas mortas.
A perfeição se alimenta do caos, do improvisado efeito.
E mais legal disso tudo é que ao me assumir como um imperfeito, eu permito que as pessoas ao meu redor também assumam sua imperfeição. Eu contribuo para que os ambientes onde convivo sejam ocupados por pessoas de verdade. Por pessoas verdadeiras, onde também se permite sangrar suas imperfeições.
Somos a verdade que não se cala, a mentira que aprisiona, a vida que se seca, a morte que se afoga, o tempo que morre em segundos, as estações sem sentidos, as marcas que sagra, o deifeito da virtude, a melodia sem som, a falha de um concerto, o grito do mudo, a folha que cai, a existência do nada... – ninguém é perfeito, eu não sou perfeito.
De um mundo sem defeito,
De uma aventura sem anceio,
De uma vida sem medo,
– somos a Imperfeição desse contexto!

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