PERDIDO

Sinceramente não sei onde eu estou, onde eu me perdi.
Eu me lembro de está andando por aí, sem rumo, aí me deparo com essa esquina, estreita e difícil de passar.
Não posso.
Não consigo mais fugir.
Minha vida escorregou entre meus dedos.
E se foi. Se foi para sempre.
Decadente das sombras que rondam esse meu quarto, meu território, minhas trevas.
Rendido pela penumbra de um dia que vem chegando.
Alvo de uma madrugada que não me deixou fechar os olhos e descansar em paz.
Vozes que dilacera a lucidez.
Sobrevivo em uma utopia distante
A despeito da minha loucura, torno meu mundo mais intacto à turbulência existente em mim.
Ponho as minhas mãos entregue ao abate. Ao lado dos meus olhos que não querem ver o caminho em que me encontrei, é anormal!
Não quero ser motivo do que pode ser fatal, o que se mostra bom, pode ser visceral.
Por que ainda me rondam todos os meus planos enterrados? Se eles são nada mais que meus fracassos...
Nem tente me explicar que tudo pode ser igual como antes, que pode ser normal, se as feridas ainda gritam de um modo brutal!
Eu quis tudo, o muito. Mas no fim não sobrou nada!
Será apenas mais um dos meus "fim"?
Talvez no fundo, seja uma interrogação errada.
Eu não quero tudo, nem quero muito.
Eu quero o confortável, eu quero o mais, mais chances, mais esperança, mais dinheiro, mais saúde, mais amor, mais vitórias!
Estou perdido, não sei de onde eu venho mais, não sei pra onde eu vou!
ONDE EU ESTOU?
Perdido nos ventos que sopram a arrogância, Da água que escorre a ignorância, estou plantado na fonte. Onde eu estou?
Estou em um reino onde as palavras não se calam!
estou em um lugar onde os pensamentos me atormentam.
Eu venho do nada e vou pra lugar algum.
Perdido nas palavras que eu dei liberdade,
Perdido nas consequências de escolhas erradas.
Perdido em máscaras, tantas máscaras.
Sim, perdido na hipocrisia.
As pessoas são de porcelana falsa.
O nascer do sol não foi mais o mesmo, essa penumbra trazia angústia e desejo.
Perdido nessa vida tão mesquinha.
A minha cachaça sacia, mas não cura. E não faço mais questões nesses vícios.
O vinho que eu tomei tem mais valor que meu sangue e do meu suor sagrado!
O teu cigarro, não queima tanto como eu.
Perdido em gritos que me tormentam, gritos do passado, sussurros do futuro,
Por que os gritos? Se eles levam embora algo tão bonito...
As feridas ainda agitam um modo brutal.
Se soubesse que minhas imperfeições de ontem me faria sofrer hoje, teria dado meia volta.
Tou perdido desde outras madrugadas,
Só quero viver, não existir, viver que a vida é única.
Se eu soubesse não teria agido assim, mas, por muitas vezes tudo é tão estreito.
Perdido em toda essa ambição.
Para as coisas que se vêem são transitórias, mas as coisas invisíveis são eternas!
E então senti uma absoluta confiança no futuro. E porque não sentiria? Afinal, se aos olhos do mundo o de ruim, o FRACASSO já me aconteceu, então o pior eu estou deixando pra trás. Bem longe, longe de minhas íris.
É... Pensando bem, não estou tão perdido.
Mas me diga... Onde eu estou?

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