Estou preso nessa madrugada.

Me sinto prisioneiro de madrugadas!
É nela que eu escuto, tudo, todos, e o nada.
Eu sinto o mais profundo silêncio e as milhares de pequenas coisas que somente agora consigo sentir.
A contradição me define.
Por isso a loucura transborda de meu peito toda noite.
Porque todas as madrugadas têm vida. Meus medos anseiam por um tempo em que eu apenas esteja a sós, com minhas vozes e com minha escuridão.
Mas eu não tenho medo do escuro, apesar de achar que isso seja parte do meus problemas.
Não transmito minhas próprias leis. Gosto do escuro.
Como se ele fosse um amigo próximo. E como um amigo que conhece todos os meus segredos.
É a ansiedade que me mata. A ansiedade me mantém refém dentro do meu território, guardado em minhas trevas sombrias, presa dentro das paredes do meu quarto. Ansiedade de escrever sentidos a essa bagunça que se forma nas paredes invisíveis que se formam dentro da minha cabeça.
Minha insônia me impede de sonhar livremente, porque as madrugadas se tornaram meu lar.
A insônia tem esse jeito contente e educado de me acordar durante as noites e dizer que preciso lhe fazer companhia, que eu preciso lutar contra mim, que eu preciso me manter acordado pra jogar fora todas essas palavras. Enumerando milhões de razões pelas quais eu não posso dormir. Não consigo me manter feliz. São pequenas coisas que ainda me mantém lúcido. Me afogo no desespero e na minha pequena e inquieta vontade de viver. Não faço ideia de onde estou, não faço ideia de como escapar.
Estou preso nessa madrugada.



Um texto que fiz baseado numa crônica de Ilian Martins, encontrei perdido por aí como uma folha de outono. Por que nesse texto me encontrei, me indentifiquei muito com seus pensamentos, pensamentos que eu diria serem iguais aos meus. Permito confessar que a maneira de seus pensamentos, textos e crônicas tem encontros com a minha forma de pensar e escrever.
"Estou preso na madrugada" baseado no texto de Illian Martins: "todas as noites têm vida".

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