Saber voar!

Quando sonhamos em voar, não pensamos em aterrizar.
Voar porque somos a condição, e nossa imaginação permite isso.
Voar porque como os pássaros sonhamos em ser livre e navegar o infinito desse céu azul e límpido.
Voar é a eterna inveja e frustração que o homem torna a cada vez que vê um pássaro no céu.
Aprendemos a fazer um milhão de coisas, mas voar… Voar a vida não deixou. Talvez por saber que nós, humanos, aprendemos a pertencer demais aos lugares e às pessoas.
Nós humanos nós prendemos demais a lembranças plantadas em terras, nós prendemos muito a coisas que são enterradas em nossas vidas, em lugares especiais.
E que, neste caso, poder voar nos causaria crises difíceis de suportar, entre a tentação de ir e a necessidade de ficar.
A vida de quem inventa de voar é paradoxal, todo dia.
É o peito eternamente dividido.
É também a magia de se desprender a sofrimentos que deixaram cicatrizes.
Voar é conhecer, é ser, é ter, é viver.
É vestir conhecimentos.
É pairar no paraíso.
É chorar porque queria estar lá, sem deixar de querer estar aqui.
É ver o céu e o inferno na partida, o pesadelo e o sonho na permanência. 
É a esperança de avistar pelas íris dos olhos mais sofridos, cansados e antes acomodados um futuro brilhante e sonhador. 

'Uma vez me disseram que nossos sonhos viram realidade. Mas esqueceram de citar que pesadelo também é sonho...'

Viver pra ter que voar um dia ou suprir a necessidade de ter uma vida morta plantada em seus pés.
Sobrevoar o hoje sem pensar no amanhã.
Fazer revoadas de outono.
É pintar o céu em conjunto.
Voar é cantar em nuvens a sabedoria de saber voltar e conhecer suas raízes.
Voar as vezes dói, pode até doer muito, mas é necessário.
Temos que aterrizar no infinito de nossos sonhos!
Liberdade de voar num horizonte qualquer.
Liberdade de voar onde meu coração quiser.
Viver que a gente na vida foi feito pra voar.
Somos instantes de perder o chão e a única saída é saber voar.